segunda-feira, 5 de julho de 2010

Reconhecimento e agradecimento à COPAG do Brasil


Olá pessoal. Depois da medida de desespero tomada posts atrás, fui agraciado com o reconhecimento pelo trabalho que desenvolvemos - eu escrevendo, vocês lendo - neste blog. A Mariana Navarro, conforme vocês podem ver no comentário do referido post, veio em nome da COPAG oferecer o Baralho para Ver a Sorte, que era tão caro a mim!


Bem, eu preciso ser claro na minha explanação para que vocês entendam que a importância deste baralho transcende o emocional. Este baralho conta com a qualidade COPAG - para qualquer um que goste de baralhos, essa informação chega a ser supérflua. Além disso, aqui no Brasil, poucos baralhos ditos Ciganos mantiveram as cartas comuns representadas em sua iconografia. Normalmente, o que se vê ou são as cartas redesenhadas com inspiração afro-brasileira ou representações do Petit Lenormand. Esse baralho constitui o diferencial; pois, ao mesmo tempo em que mantém as cartas comuns, sua iconografia respeita os significados desenvolvidos pela Escola Brasileira, como meu amigo Alex gosta de chamar a tradição desenvolvida aqui no Brasil.


O melhor exemplo está na carta 02. Enquanto na Europa ela significa sorte, no Brasil foi traduzida como obstáculos; na representação dessa carta, no Baralho para Ver a Sorte, temos exatamente essa representação, com os paus que oferecem resistência à passagem. Você poderia dizer: "Hei, mas é a representação do Tarô Cigano, da Katja e do César Bastos!". Sim, é; mas lá está o Seis de Ouros representado, detalhe suprimido no baralho do casal Bastos, e nos subsequentes.

(Imagem: Orkut Lenormand, por Gian. Confira a explanação da carta aqui)

O que é melhor; ao contrário dos baralhos herdeiros do Tarô Cigano, esse baralho não se relaciona com as divindades afro-brasileiras, sendo portanto facultativo seu contato com tais arquétipos.


Não só por esses detalhes, mas pela vivência com esse baralho, considero-o insubstituível. Recomendo-o, sem dúvida; mas, infelizmente, ele encontra-se esgotado atualmente. Caso o encontre, num golpe de sorte, ou caso a COPAG resolva o reeditar, não deixe de adquiri-lo; a relação custo-benefício é clara e evidente, e você se coloca mais próximo daquilo que é nosso, enquanto estudantes da Arte produzida no Brasil, sem mascará-la em imagens da Escola Européia ou reinterpretadas por uma perspectiva religiosa. 


Abraços a todos.

6 comentários:

  1. Olá Arierom! Eu também fiquei muito feliz com o presente da COPAG!
    Este é um baralho que realmente precisa de estudos, não somente em relação à sua prática, como também em relação à sua iconografia. Eu tenho preparado alguns textos, mas preciso primeiro formar para poder me dedicar melhor à escrita deles. Para sorte nossa, esse mês eu formo! Se tudo der certo... risos.
    Eu acredito que este baralho é incomparável. Gosto dos demais, tenho alguns, e adquiro sempre que posso outros semelhantes. Mas nenhum se compara.
    Aproveitando: gosto muito dos seus textos. Esse texto sobre os pajens me agradou muito. Eu fiquei pensando sobre a questão da sexualidade, já que os Pajens corresponderiam às Princesas dos Tarots pós Golden Dawn. Para o Papus, seriam crianças; mas como eu jogo o baralho comum também, na tradição ibérica (São Cipriano) eles correspondem ao "pensamento" dos homens representados pelos Reis.
    Gostaria que você desenvolvesse o assunto, quando puder.
    Grande abraço!

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  2. hj em dia a qualidade e as cores desse baralho nao sao boas

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    1. Oi Anônimo. Você possui a versão Pinguim? Eu possuo três versões: uma das primeiras edições Pinguim, que tem a caixa de papelão; a edição já da Copag; e a edição para a qual eu escrevi o livreto.
      Não vejo diferença, senão evolução, na qualidade do papel. A diferença no que concerne às cores é que estão ligeiramente mais claras.
      Por isso, não concordo contigo. Para mim e para meu uso, continua com a qualidade de sempre.

      Um abraço!

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  3. A copag está produzindo novamente! Olha lá no site da copag!

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    1. Sim de fato! E o livreto que acompanha foi escrito por mim!

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Quando um monólogo se torna diálogo...