quarta-feira, 22 de maio de 2013

Conversas Cartomânticas sobre Cartas Ciganas ou: um dos eventos mais intensos de que já participei.



Pessoal, só tenho uma coisa a dizer àqueles que perderam a Mesa Redonda de Cartas Ciganas, proposta, desenvolvida e organizada pela Tânia Durão: PERDERAM. Assim mesmo, em caixa alta. Foi um dos eventos mais inspiradores e ricos dos quais já participei, e, particularmente, foi um dos eventos mais revolucionários na minha história pessoal.
Mesclando teoria e prática, referências bibliográficas ricas e experiência profissional e oracular, os palestrantes ofereceram subsídios para a nossa prática cotidiana, como profissionais e como oraculistas, de forma tal que seria impossível voltarmos os mesmos. Como bem disse a Julia, o conhecimento é uma perda. 
Uma perda irreparável, inexorável... da ignorância.
Começamos o evento com a Ismenia. De uma forma loquaz, tivemos acesso a uma discussão sobre os sentimentos, os humores, as emoções e os relacionamentos, partindo da sua vivência, experiência e competência no uso das cartas ciganas. Em seguida, passamos por uma vivência que, confesso, foi exatamente o que eu procurava para continuar a Jornada do Herói – aguardem novos textos – correlacionando a nossa experiência iconográfica com a carta 08 com a nossa vida, com nossa história pessoal. A Julia foi uma guia, uma psicopompe nesse caminho. Nos levou e nos trouxe de volta com muita maestria. Em seguida, Prem Mangla apresentou-nos sua vivência pessoal das cartas ciganas, correlacionando-a com suas experiências meditativas como sanyasin. 
Ainda no campo de vivências, tivemos a deliciosa palestra da minha querida Sonia Boechat – sou suspeitaço para falar, já que a estimo tanto, eu sei; mas ela demonstrou o que a mestria na cartomancia é capaz de gerar na vida de alguém que se proponha a adentrar os mistérios da cartomancia. Essa sibilla me ensina sempre mais através do exemplo – a forma mais indelével de aprendizagem.
A Paulinha, essa flor que sabe mexer com flor, mostrou-nos também através do exemplo, todo o universo que permeia a iniciação no caminho das plantas e flores. Um caminho complexo e com o qual tinha sérias dificuldades no entendimento (uma forma rebuscada de dizer que eu tinha birra, risos), desculpa essa que se foi a partir da vivência proposta por ela. Como ela bem diz, para trilhar o caminho das ervas só é preciso amor e bom senso. Aguardem novidades por aqui, oriundas de nossas herbáceas conversas cartomânticas.
Alexsander Lepletier nos brindou com uma palestra que esclarece histórica e factualmente elementos da família Lenormand – acerca da sua “criadora” assim como de suas estruturas (já que o nome não corresponde a um único baralho) – desmistificando diversas historietas de papagaio criadas ao longo das últimas décadas para legitimar o baralho – como se ele precisasse! – além de corroborar a origem cigana (espiritual) da Escola Brasileira. Fundamental para que essa árvore cresça é reconhecer a sua verdadeira raiz. 
Contamos também com a palestra fantástica da Cris Mendonça, sobre os Orixás e o Lenormand. Cris iluminou com um didatismo fantástico essa área tão obscurecida e controversa pela falta de informação para além do óbvio.


E, por fim, minha vez. Conversei sobre a relação entre os naipes, os números e a corte do Lenormand, outra área complicada de analisar. Faltam fontes, faltam pesquisas sérias, sobra um guarda-roupa de roupas novas do imperador



O feedback que recebi foi dos melhores, o que muito me alegra – temos um caminho e tanto pela frente, mas creio que a minha contribuição está sendo feita a contento. Brevemente, textos sobre a análise cartomântica dos naipes do Petit Lenormand figurarão por aqui. Aguardem.

Rui Pereira com seu Baralho Cigano
da Editora Alfabeto

E o que dizer do Rui Pereira, esse santeiro português que entende do riscado? Um doce de pessoa, atencioso, sábio e silencioso na medida certa. Tive a oportunidade de fazer seu curso de magia cigana aonde demonstrou na prática seus conhecimentos com a simplicidade de quem entende muito e o didatismo de quem respeita o tempo de cada um.
Não tivemos a oportunidade de um carteado – pensando bem, não recebi nenhum jogo desta vez, mesmo querendo roubar a Tânia Durão para mim (da próxima vez ela não me escapa!). Mas aprendi muito, emocionei-me muito, vivi muito. 
Um dia de cada vez, e tudo correrá bem.
Gostaria de deixar aqui meus sinceros agradecimentos a Prem Mangla, que sempre me acolhe com tanto carinho; a Tania Durão, que me convidou e proporcionou essa oportunidade de apresentar o meu trabalho com os naipes, a quem a estima suplanta qualquer manifestação verbal de carinho (todas as que tentar serão poucas perto do que ela merece); ao Marcelo Bueno, à Cris Mendonça, a Sonia Boechat e ao Alexsander Lepletier, pela amizade de sempre; à Chris Wolf e ao André (falae, primo!) pela oportunidade de convivermos um pouco mais pessoalmente, coisa que nos fazia falta, e pelas conversas sempre ricas sobre Lenormand (entre outras coisas); e, particularmente, à Ismenia, à Paulinha e à Julia, pela transformação que provocaram em mim. Ismenia revolveu, Julia plantou, Paulinha colheu, e eu descobri que novos frutos poderiam ser hauridos dos meus galhos.



Com todo o respeito a todos, muito obrigado.
Por tudo.




NOTA IMPORTANTE: Devido a compromissos pessoais, não estou podendo atualizar o blog a contento, dentro do cronograma. Pelo mesmo motivo, não estou marcando consultas online nem presenciais. Brevemente retornarei à programação normal.

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